Cientistas descobrem nova espécie de titanossauro na Argentina

Há 95 milhões de anos, um gigantesco dinossauro de cerca de dez toneladas, com grandes olhos e excelente visão caminhava pelo Sul da Argentina.

O Sarmientosaurus musacchioi costumava andar com a cabeça baixa, em busca das plantas rasteiras que eram seu alimento. Apresentado pelos cientistas nesta terça-feira, em um estudo na revista PLOS One, o novo dinossauro foi descrito a partir do fóssil de um crânio e pescoço descoberto na Patagônia, na Argentina.

As características dos vestígios encontrados em 1997 revelaram sutis diferenças em relação aos integrantes já conhecidos da família dos titanossauros, à qual os fósseis pertencem. Os cientistas perceberam, então, que estavam diante de um novo animal.

"Descobertas como a do Sarmientosaurus acontecem uma vez na vida", disse o biólogo Rubén Martínez, da Universidade Nacional da Patagônia San Juan Bosco, na Argentina, e um dos autores do estudo, em comunicado. "Por isso estudamos os fósseis com tanto afinco, para aprender o máximo possível sobre esse maravilhoso animal."

Os titanossauros são um grupo de grandes dinossauros herbívoros, com espécies que vão do peso de uma vaca até o de um cachalote. Os pesquisadores acreditam que o novo animal não seja dos maiores e tenha tido, em média, em torno de 12 metros de comprimento e cerca de dez toneladas. Os titanossauros têm pescoço comprido e longas caudas.

Analisando os detalhes do fóssil, os cientistas encontraram um focinho mais largo e dentes maiores que os de outros membros da família. O crânio possui órbitas amplas, o que sugere que o animal tinha grandes olhos e, provavelmente, uma visão melhor que a de seus parentes. A estrutura interna do ouvido parece ser feita para perceber sons de baixa frequência, o que pode ajudar a perceber predadores ou mesmo o movimento de outros dinossauros de seu grupo. A cabeça, muito pequena, com pouco mais de 43 centímetros, guardava um cérebro pouco maior que uma ameixa.

O nome do novo dinossauro é uma referência à cidade de Sarmiento, na Argentina, próxima de onde foram encontrados os fósseis. A espécie, musacchioi, é uma homenagem ao paleontólogo Eduardo Musacchio, professor da Universidade Nacional da Patagônia, morto em 2011.

De acordo com os cálculos dos cientistas, ele viveu durante o período Cretáceo (entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás), época em que os titanossauros eram o grupo de grandes herbívoros mais comuns no hemisfério Sul.

Retirado de: http://180graus.com/animais/conheca-o-sarmientosaurus-o-novo-dinossauro-argentino

“Unicórnio siberiano” pode ter vivido com humanos, sugere fóssil descoberto por cientistas

Confira a matéria original aqui: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/unicornio-siberiano-pode-ter-vivido-com-humanos-sugere-fossil-descoberto-por-cientistas

Um animal conhecido como o "unicórnio siberiano" pode ter sido extinto milhares de anos mais tarde do que os cientistas acreditavam, abrindo a possibilidade de que ele tenha convivido com humanos. De acordo com um estudo publicado no periódico American Journal of Applied Science, o último Elasmotherium sibiricum, espécie que, por apresentar um chifre pontudo no centro da testa, ganhou o apelido de "unicórnio", morreu há cerca de 29.000 anos na parte sudoeste da Sibéria - e não há 350.000 anos, como os cientistas acreditavam.

Reconstituição do "Unicórnio Siberiano" em vida.
A equipe de pesquisadores da Universidade Tomsk State, na Rússia, chegou a essa conclusão por meio do estudo do fóssil de um crânio do animal, encontrado no Cazaquistão. De acordo com os pesquisadores, os vestígios estavam muito bem preservados e a datação por radiocarbono mostrou que eles pertenciam a um animal que morreu há menos de 30.000 anos. Isso significa que o animal pode ter dividido territórios com os humanos - em 2008 foi encontrado um fóssil de humano moderno de 45.000 anos na mesma região, antes, portanto, que o Elasmotherium tivesse sido extinto.

"Provavelmente, essa porção da Sibéria era um tipo de refúgio onde a espécie foi preservada durante anos, em comparação com o restante de seu grupo. Uma outra explicação possível é que ele poderia ter migrado para partes mais ao Sul", explicou o paleontólogo Andrei Shpansky, um dos autores do estudo, em comunicado.

De acordo com os cientistas, o animal cujo crânio foi descoberto era um indivíduo grande - a espécie podia pesar até 4 toneladas, ter 4 metros de comprimento e quase 2 metros de altura. Apesar da referência à criatura mítica, o "unicórnio siberiano" provavelmente deveria ser mais parecido com um rinoceronte moderno, pois tinha o tamanho comparável a um mamute e não a um cavalo.
O próximo passo é descobrir como o exemplar encontrado pelos pesquisadores foi capaz de sobreviver tanto tempo a mais que os outros indivíduos de sua espécie.