Há 95 milhões de anos, um gigantesco dinossauro de cerca de dez toneladas, com grandes olhos e excelente visão caminhava pelo Sul da Argentina.
O Sarmientosaurus musacchioi costumava andar com a cabeça baixa, em busca das plantas rasteiras que eram seu alimento. Apresentado pelos cientistas nesta terça-feira, em um estudo na revista PLOS One, o novo dinossauro foi descrito a partir do fóssil de um crânio e pescoço descoberto na Patagônia, na Argentina.
As características dos vestígios encontrados em 1997 revelaram sutis diferenças em relação aos integrantes já conhecidos da família dos titanossauros, à qual os fósseis pertencem. Os cientistas perceberam, então, que estavam diante de um novo animal.
"Descobertas como a do Sarmientosaurus acontecem uma vez na vida", disse o biólogo Rubén Martínez, da Universidade Nacional da Patagônia San Juan Bosco, na Argentina, e um dos autores do estudo, em comunicado. "Por isso estudamos os fósseis com tanto afinco, para aprender o máximo possível sobre esse maravilhoso animal."
Os titanossauros são um grupo de grandes dinossauros herbívoros, com espécies que vão do peso de uma vaca até o de um cachalote. Os pesquisadores acreditam que o novo animal não seja dos maiores e tenha tido, em média, em torno de 12 metros de comprimento e cerca de dez toneladas. Os titanossauros têm pescoço comprido e longas caudas.
Analisando os detalhes do fóssil, os cientistas encontraram um focinho mais largo e dentes maiores que os de outros membros da família. O crânio possui órbitas amplas, o que sugere que o animal tinha grandes olhos e, provavelmente, uma visão melhor que a de seus parentes. A estrutura interna do ouvido parece ser feita para perceber sons de baixa frequência, o que pode ajudar a perceber predadores ou mesmo o movimento de outros dinossauros de seu grupo. A cabeça, muito pequena, com pouco mais de 43 centímetros, guardava um cérebro pouco maior que uma ameixa.
O nome do novo dinossauro é uma referência à cidade de Sarmiento, na Argentina, próxima de onde foram encontrados os fósseis. A espécie, musacchioi, é uma homenagem ao paleontólogo Eduardo Musacchio, professor da Universidade Nacional da Patagônia, morto em 2011.
De acordo com os cálculos dos cientistas, ele viveu durante o período Cretáceo (entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás), época em que os titanossauros eram o grupo de grandes herbívoros mais comuns no hemisfério Sul.
Retirado de: http://180graus.com/animais/conheca-o-sarmientosaurus-o-novo-dinossauro-argentino
Grupo Paleontos
“Unicórnio siberiano” pode ter vivido com humanos, sugere fóssil descoberto por cientistas
Confira a matéria original aqui: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/unicornio-siberiano-pode-ter-vivido-com-humanos-sugere-fossil-descoberto-por-cientistas
Um animal conhecido como o "unicórnio siberiano" pode ter sido extinto milhares de anos mais tarde do que os cientistas acreditavam, abrindo a possibilidade de que ele tenha convivido com humanos. De acordo com um estudo publicado no periódico American Journal of Applied Science, o último Elasmotherium sibiricum, espécie que, por apresentar um chifre pontudo no centro da testa, ganhou o apelido de "unicórnio", morreu há cerca de 29.000 anos na parte sudoeste da Sibéria - e não há 350.000 anos, como os cientistas acreditavam.
A equipe de pesquisadores da Universidade Tomsk State, na Rússia, chegou a essa conclusão por meio do estudo do fóssil de um crânio do animal, encontrado no Cazaquistão. De acordo com os pesquisadores, os vestígios estavam muito bem preservados e a datação por radiocarbono mostrou que eles pertenciam a um animal que morreu há menos de 30.000 anos. Isso significa que o animal pode ter dividido territórios com os humanos - em 2008 foi encontrado um fóssil de humano moderno de 45.000 anos na mesma região, antes, portanto, que o Elasmotherium tivesse sido extinto.
"Provavelmente, essa porção da Sibéria era um tipo de refúgio onde a espécie foi preservada durante anos, em comparação com o restante de seu grupo. Uma outra explicação possível é que ele poderia ter migrado para partes mais ao Sul", explicou o paleontólogo Andrei Shpansky, um dos autores do estudo, em comunicado.
De acordo com os cientistas, o animal cujo crânio foi descoberto era um indivíduo grande - a espécie podia pesar até 4 toneladas, ter 4 metros de comprimento e quase 2 metros de altura. Apesar da referência à criatura mítica, o "unicórnio siberiano" provavelmente deveria ser mais parecido com um rinoceronte moderno, pois tinha o tamanho comparável a um mamute e não a um cavalo.
O próximo passo é descobrir como o exemplar encontrado pelos pesquisadores foi capaz de sobreviver tanto tempo a mais que os outros indivíduos de sua espécie.
Um animal conhecido como o "unicórnio siberiano" pode ter sido extinto milhares de anos mais tarde do que os cientistas acreditavam, abrindo a possibilidade de que ele tenha convivido com humanos. De acordo com um estudo publicado no periódico American Journal of Applied Science, o último Elasmotherium sibiricum, espécie que, por apresentar um chifre pontudo no centro da testa, ganhou o apelido de "unicórnio", morreu há cerca de 29.000 anos na parte sudoeste da Sibéria - e não há 350.000 anos, como os cientistas acreditavam.
Reconstituição do "Unicórnio Siberiano" em vida. |
"Provavelmente, essa porção da Sibéria era um tipo de refúgio onde a espécie foi preservada durante anos, em comparação com o restante de seu grupo. Uma outra explicação possível é que ele poderia ter migrado para partes mais ao Sul", explicou o paleontólogo Andrei Shpansky, um dos autores do estudo, em comunicado.
De acordo com os cientistas, o animal cujo crânio foi descoberto era um indivíduo grande - a espécie podia pesar até 4 toneladas, ter 4 metros de comprimento e quase 2 metros de altura. Apesar da referência à criatura mítica, o "unicórnio siberiano" provavelmente deveria ser mais parecido com um rinoceronte moderno, pois tinha o tamanho comparável a um mamute e não a um cavalo.
O próximo passo é descobrir como o exemplar encontrado pelos pesquisadores foi capaz de sobreviver tanto tempo a mais que os outros indivíduos de sua espécie.
Um novo tiranossaurídeo traz nova luz para a evolução do T-rex!
Confira a matéria na íntegra aqui: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/03/1750071-tio-avo-do-tiranossauro-rex-tinha-tamanho-de-um-cavalo.shtml
O T-rex viveu num período entre 80 e 66 milhões de anos atrás e é considerado pelos especialistas um dos melhores exemplos de sucesso evolutivo e ecológico.
A questão que sobra é: qual o caminho que os “lagartos” tiveram que fazer para se tornarem uma máquina mortífera que ocupava o topo da cadeia alimentar?
O anúncio da descoberta de uma nova espécie, publicado pela revista americana PNAS, ajudou paleontólogos a aprofundarem os seus conhecimentos sobre a questão: trata-se do Timurlengia euotica, um tiranossaurídeo que viveu há cerca de 10 milhões de anos antes do seu primo mais famoso, e bem menor: com o tamanho de um cavalo! Sendo assim, ele estaria num estágio transitivo de tamanho entre tiranossaurídeos mais antigos e os últimos (como o próprio T-rex). Um pedaço do seu crânio fossilizado sido encontrados no deserto do Uzbequistão (Ásia).
Analisando os ossos, os cientistas observaram que, a essa altura da evolução, o animal já tinha algumas características que seriam apresentadas pelo T. rex, como o formato do cérebro e características da orelha interna. Os ossos do dino já tinham características que permitiriam com que, no futuro, os tiranossauros atingissem um tamanho colossal.
Mas a descoberta ainda é "apenas um ponto no meio de um intervalo ainda sombrio", escrevem os autores, do Reino Unido, Rússia e EUA. A "lacuna" evolutiva da linhagem do T. rex ainda necessita de novos achados fósseis para ser totalmente compreendida.
O T-rex viveu num período entre 80 e 66 milhões de anos atrás e é considerado pelos especialistas um dos melhores exemplos de sucesso evolutivo e ecológico.
A questão que sobra é: qual o caminho que os “lagartos” tiveram que fazer para se tornarem uma máquina mortífera que ocupava o topo da cadeia alimentar?
Reconsitutição artística do Timurlengia euotica |
Analisando os ossos, os cientistas observaram que, a essa altura da evolução, o animal já tinha algumas características que seriam apresentadas pelo T. rex, como o formato do cérebro e características da orelha interna. Os ossos do dino já tinham características que permitiriam com que, no futuro, os tiranossauros atingissem um tamanho colossal.
Mas a descoberta ainda é "apenas um ponto no meio de um intervalo ainda sombrio", escrevem os autores, do Reino Unido, Rússia e EUA. A "lacuna" evolutiva da linhagem do T. rex ainda necessita de novos achados fósseis para ser totalmente compreendida.
Mistério desvendado: O Monstro de Tully não é mais um desconhecido!
O Monstro de Tully - que também está presente na Exposição História da Vida - , durante 60 anos, foi tido como um mistério entre os cientistas, ou seja, ninguém sabia o que ele era. Mas um estudo recente lançou uma grande luz sobre essa questão. Abaixo você confere um resumo desse estudo.
Veja a matéria na íntegra aqui: https://www.publico.pt/ciencia/noticia/o-que-e-o-monstro-tully-um-vertebrado-com-300-milhoes-anos-1726454
Enigmáticos, problemáticos, os fósseis do Monstro de Tully são isso tudo, mas as suas formas permitiram dar asas à imaginação dos paleontólogos, e do público em geral, sobre a natureza deste animal marinho, que viveu há cerca de 300 milhões de anos. Os vestígios fossilizados de Tullimonstrum gregarium foram descobertos em 1955 pelo caçador de fósseis Francis Tully, em Mason Creek, uma importante jazida fóssil no Norte do estado do Illinois, nos Estados Unidos. Desde então, a origem evolutiva desta espécie tem sido um quebra-cabeças.
Quando saiu o primeiro estudo científico dedicado à espécie, em 1966, o fóssil já tinha ganho o nome de “Monstro de Tully”, inspirado no apelido de Francis Tully. Mas o artigo, publicado na revista Science, não arriscou a colocá-lo num dos grandes grupos do reino animal, como os moluscos, os artrópodes e os vertebrados, devido à sua estranheza. Nas décadas seguintes, cientistas especularam que a espécie teria sido um representante de um novo grupo animal, inexistente nos dias de hoje. Outros argumentaram que pertencia aos moluscos. E o ser foi ainda comparado com os poliquetas, um grupo de invertebrados.
Mas agora, um extenso trabalho de investigação que analisou 1200 fósseis diferentes de Monstros de Tully vem mostrar que estes animais eram, na verdade, primos das lampreias. Eram vertebrados tal como as lampreias, os outros peixes e toda a sua descendência evolutiva até aos humanos, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Nature.
“É fascinante como um animal assim tão recente (em termos evolutivos), com tantos espécimes (fossilizados) e com uma morfologia tão distintiva se tenha mantido desconhecido durante tanto tempo”, admite ao PÚBLICO Victoria McCoy, do Departamento da Geologia e Geofísica da Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), e uma das autoras do artigo da Nature. “O Monstro de Tully tem 300 milhões de anos, a maioria dos fósseis (descobertos) que ainda não foi identificada (é de espécies) com 500 milhões de anos.”
Estes animais tinham cerca de 30 centímetros de comprimento e um corpo alongado que terminava em duas barbatanas. Lateralmente, no tronco do animal, pequenos furos denunciavam a existência de brânquias que lhes permitiam respirar na água. Mas as características mais bizarras eram os olhos e a boca.
Cada um dos dois olhos situava-se na extremidade de uma estrutura que se parece com uma vareta. As “varetas” nasciam na zona central do dorso do animal e cada uma projetava-se para um dos lados do corpo. Os cientistas pensam que estas “varetas” com os olhos na extremidade tinham mobilidade, permitindo ao animal ver para a frente e para trás, desviando-se de possíveis predadores e identificando presas.
Finalmente, a boca parecia-se com uma pinça de uma lagosta com dentes. Além disso, era a parte terminal de uma longa e fina probóscide que nascia do tronco e tinha um terço do comprimento do animal. Um espécime com 30 centímetros teria dez centímetros de probóscide e boca. A probóscide tinha três articulações, uma na base, outra no meio da probóscide e a terceira junto à boca.
Com este aspecto, o Monstro de Tully estaria completamente enquadrado no meio dos seres que povoam o filme de animação "Monstros S/A". O seu aspecto bizarro tornou-o famoso, e em 1989 passou a ser o fóssil de Illinois. Além disso, surgiram teorias mirabolantes. O jornalista inglês Frederick William Holiday, que se tornou um defensor do fenÔmeno fantasioso do monstro do Lago Ness, formulou uma teoria que liga o ser que supostamente habitava o lago da Escócia e o Monstro de Tully.
A equipe de investigadores tirou fotografias aos milhares de fósseis do estudo e obteve imagens de microscopia eletrônica e de raios X, usando outras técnicas. Esta informação permitiu não só fazer medições da anatomia dos fósseis dos animais, mas também identificar estruturas diferentes. Durante o processo de fossilização, “os diferentes tecidos podem ser preservados por diferentes minerais, por isso, ao olhar para os elementos químicos de cada aspecto morfológico, é possível perceber o que era o tecido original”, explica Victoria McCoy.
Foi assim que os investigadores fizeram a ligação entre o Monstro de Tully e as lampreias. Estes peixes, conhecidos pela sua forma delgada e a sua boca redonda com dentes em espiral, pertencem a uma linhagem evolutiva muito antiga de vertebrados, com mais de 400 milhões de anos. Por isso, têm características ancestrais diferentes dos vertebrados que evoluíram posteriormente.
Um exemplo é a corda dorsal, um tubo que se forma no desenvolvimento embrionário humano e no dos outros vertebrados, mas que acaba por fazer parte só dos discos intervertebrais na coluna vertebral. Ao contrário de nós, as lampreias mantêm a corda dorsal após o nascimento e não têm coluna vertebral; em vez disso, têm uma série de estruturas cartilagíneas ao longo do corpo que lhes dá sustentação.
As imagens obtidas dos fósseis do Monstro de Tully permitiram identificar também uma corda dorsal e as mesmas estruturas de cartilagem repetidas ao longo dos segmentos do animal. Há mais. “Por exemplo, descobrimos que os dentes do Monstro de Tully são feitos provavelmente de queratina”, explica Victoria McCoy, tal como os dentes das lampreias.
Além disso, a investigação permitiu tirar a limpo qual a função da boca. No passado, cientistas defenderam que aquelas “pinças” com dentes serviam para agarrar as presas e as colocar noutro orifício que seria a boca. Agora, o estudo concluiu que o orifício das “pinças” era a verdadeira entrada para o sistema digestivo, ou seja, a boca.
Assim, a equipe colocou o Monstro de Tully no mesmo grupo das lampreias, dentro da árvore evolutiva dos vertebrados. “Isto realmente altera o que sabemos sobre a família das lampreias. Todas as lampreias modernas são semelhantes entre si, e muito diferentes do Monstro de Tully. Por isso, o Monstro de Tully diz-nos que as espécies de lampreias de hoje são apenas o que resta de um grupo que, em tempos, foi muito maior e mais diverso.”
Mas olhando hoje para estes animais, 300 milhões de anos após terem prosperado nas águas do Período Carbonífero (penúltimo período da Era Paleozoica), pode-se cair no erro de fazer a interpretação inversa. Por ser tão distante do que conhecemos, o Monstro de Tully parece uma entidade aberrante, uma tentativa falhada da evolução, um ser destinado a extinguir-se. Victoria McCoy desfaz este preconceito: “Eram diferentes dos animais que observamos hoje. Isso não quer dizer que fossem intrinsecamente estranhos, ou monstruosos, ou mal sucedidos. Apenas prosperavam numa altura diferente e de uma forma diferente do que estamos familiarizados.”
Veja a matéria na íntegra aqui: https://www.publico.pt/ciencia/noticia/o-que-e-o-monstro-tully-um-vertebrado-com-300-milhoes-anos-1726454
Esse seria o aspecto real dessa "misteriosa" criatura... |
Quando saiu o primeiro estudo científico dedicado à espécie, em 1966, o fóssil já tinha ganho o nome de “Monstro de Tully”, inspirado no apelido de Francis Tully. Mas o artigo, publicado na revista Science, não arriscou a colocá-lo num dos grandes grupos do reino animal, como os moluscos, os artrópodes e os vertebrados, devido à sua estranheza. Nas décadas seguintes, cientistas especularam que a espécie teria sido um representante de um novo grupo animal, inexistente nos dias de hoje. Outros argumentaram que pertencia aos moluscos. E o ser foi ainda comparado com os poliquetas, um grupo de invertebrados.
Mas agora, um extenso trabalho de investigação que analisou 1200 fósseis diferentes de Monstros de Tully vem mostrar que estes animais eram, na verdade, primos das lampreias. Eram vertebrados tal como as lampreias, os outros peixes e toda a sua descendência evolutiva até aos humanos, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Nature.
“É fascinante como um animal assim tão recente (em termos evolutivos), com tantos espécimes (fossilizados) e com uma morfologia tão distintiva se tenha mantido desconhecido durante tanto tempo”, admite ao PÚBLICO Victoria McCoy, do Departamento da Geologia e Geofísica da Universidade de Yale, em Connecticut (EUA), e uma das autoras do artigo da Nature. “O Monstro de Tully tem 300 milhões de anos, a maioria dos fósseis (descobertos) que ainda não foi identificada (é de espécies) com 500 milhões de anos.”
Estes animais tinham cerca de 30 centímetros de comprimento e um corpo alongado que terminava em duas barbatanas. Lateralmente, no tronco do animal, pequenos furos denunciavam a existência de brânquias que lhes permitiam respirar na água. Mas as características mais bizarras eram os olhos e a boca.
Cada um dos dois olhos situava-se na extremidade de uma estrutura que se parece com uma vareta. As “varetas” nasciam na zona central do dorso do animal e cada uma projetava-se para um dos lados do corpo. Os cientistas pensam que estas “varetas” com os olhos na extremidade tinham mobilidade, permitindo ao animal ver para a frente e para trás, desviando-se de possíveis predadores e identificando presas.
Finalmente, a boca parecia-se com uma pinça de uma lagosta com dentes. Além disso, era a parte terminal de uma longa e fina probóscide que nascia do tronco e tinha um terço do comprimento do animal. Um espécime com 30 centímetros teria dez centímetros de probóscide e boca. A probóscide tinha três articulações, uma na base, outra no meio da probóscide e a terceira junto à boca.
Com este aspecto, o Monstro de Tully estaria completamente enquadrado no meio dos seres que povoam o filme de animação "Monstros S/A". O seu aspecto bizarro tornou-o famoso, e em 1989 passou a ser o fóssil de Illinois. Além disso, surgiram teorias mirabolantes. O jornalista inglês Frederick William Holiday, que se tornou um defensor do fenÔmeno fantasioso do monstro do Lago Ness, formulou uma teoria que liga o ser que supostamente habitava o lago da Escócia e o Monstro de Tully.
A equipe de investigadores tirou fotografias aos milhares de fósseis do estudo e obteve imagens de microscopia eletrônica e de raios X, usando outras técnicas. Esta informação permitiu não só fazer medições da anatomia dos fósseis dos animais, mas também identificar estruturas diferentes. Durante o processo de fossilização, “os diferentes tecidos podem ser preservados por diferentes minerais, por isso, ao olhar para os elementos químicos de cada aspecto morfológico, é possível perceber o que era o tecido original”, explica Victoria McCoy.
Foi assim que os investigadores fizeram a ligação entre o Monstro de Tully e as lampreias. Estes peixes, conhecidos pela sua forma delgada e a sua boca redonda com dentes em espiral, pertencem a uma linhagem evolutiva muito antiga de vertebrados, com mais de 400 milhões de anos. Por isso, têm características ancestrais diferentes dos vertebrados que evoluíram posteriormente.
Um exemplo é a corda dorsal, um tubo que se forma no desenvolvimento embrionário humano e no dos outros vertebrados, mas que acaba por fazer parte só dos discos intervertebrais na coluna vertebral. Ao contrário de nós, as lampreias mantêm a corda dorsal após o nascimento e não têm coluna vertebral; em vez disso, têm uma série de estruturas cartilagíneas ao longo do corpo que lhes dá sustentação.
As imagens obtidas dos fósseis do Monstro de Tully permitiram identificar também uma corda dorsal e as mesmas estruturas de cartilagem repetidas ao longo dos segmentos do animal. Há mais. “Por exemplo, descobrimos que os dentes do Monstro de Tully são feitos provavelmente de queratina”, explica Victoria McCoy, tal como os dentes das lampreias.
Além disso, a investigação permitiu tirar a limpo qual a função da boca. No passado, cientistas defenderam que aquelas “pinças” com dentes serviam para agarrar as presas e as colocar noutro orifício que seria a boca. Agora, o estudo concluiu que o orifício das “pinças” era a verdadeira entrada para o sistema digestivo, ou seja, a boca.
Assim, a equipe colocou o Monstro de Tully no mesmo grupo das lampreias, dentro da árvore evolutiva dos vertebrados. “Isto realmente altera o que sabemos sobre a família das lampreias. Todas as lampreias modernas são semelhantes entre si, e muito diferentes do Monstro de Tully. Por isso, o Monstro de Tully diz-nos que as espécies de lampreias de hoje são apenas o que resta de um grupo que, em tempos, foi muito maior e mais diverso.”
Mas olhando hoje para estes animais, 300 milhões de anos após terem prosperado nas águas do Período Carbonífero (penúltimo período da Era Paleozoica), pode-se cair no erro de fazer a interpretação inversa. Por ser tão distante do que conhecemos, o Monstro de Tully parece uma entidade aberrante, uma tentativa falhada da evolução, um ser destinado a extinguir-se. Victoria McCoy desfaz este preconceito: “Eram diferentes dos animais que observamos hoje. Isso não quer dizer que fossem intrinsecamente estranhos, ou monstruosos, ou mal sucedidos. Apenas prosperavam numa altura diferente e de uma forma diferente do que estamos familiarizados.”
Hipsilofodonte
Nome científico: Hypsilophodon foxii
Tamanho: até 2 metros de comprimento
Época: Era Mesozóica, período Cretáceo
Local onde viveu: Europa e América do Norte
O Hipsilofodonte era um dinossauro bipede pequeno e ágil, com pernas eram longas e uma cauda era comprida e rígida, além de braços curtos e mãos com cinco dedos habilidosos. Seu tamanho reduzido forçava-o a andar em bandos e a ser rápido para escapar dos predadores, de modo que alguns paleontólogos apelidam-no como "gazela do Cretáceo", fazendo referência a época em que viveu. Quando seus restos foram achados, em 1849, pensava-se que o animal era arborícola, usando a cauda para se enrolar em árvores. Hoje sabemos que ele não se comportava dessa maneira, mas sim usava sua longa cauda como um "leme", permitindo que, com ela rígida, o animal pudesse mudar de direção rapidamente numa corrida.
Platecarpo
Nome científico: Platecarpus tymphanicus
Tamanho: 4 metros de comprimento
Época: Era Mesozoica, período Cretáceo
Local onde viveu: Marrocos
Esse animal foi um lagarto aparentado com as serpentes e lagartos-monitores (como o dragão-de-komodo), com um corpo completamente adaptado ao ambiente marinho, tendo até nadadeiras. Fazia parte do temível grupo dos mosassaurídeos, assustadores seres do fim da era dos dinossauros. Entretanto, não era um animal tão grande assim se comparado com outros de sua família!
Homem de Neandertal
Nome científico: Homo neanderthalensis
Tamanho: até 2 metros de altura
Época: Era Cenozoica, período Neógeno, época Pleistocena
Local onde viveu: Europa
Ao contrário da crença popular, os Neandertais eram muito inteligentes e possuíam uma cultura bem avançada para a época. Eles foram os primeiros a comprovadamente utilizar o fogo e a criar instrumentos musicais. Eles também eram religiosos, e viviam em tendas, se vestindo com peles de animais para se aquecer do frio da Idade do Gelo. Pela análise de seu genoma, sabe-se que ele não era realmente nosso ancestral, mas sim um primo nosso advindo de um ancestral comum (possivelmente o Homo heidelbergensis, evoluído do Homo erectus). Ninguém ainda sabe como o Neandertal foi extinto...
Vem aí a Expo História da Vida 2016
Nova direção (agora a exposição pertence ao Grupo Paleontos), acervo, novas espécies, nova aparência, mas mantendo o mesmo formato já consagrado: de uma linha do tempo que leva os visitantes a conhecerem detalhes de cada era da Pré-história!
Entre em contato conosco e leve a Expo História da Vida para o seu bairro/cidade!
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Toumai
Nome científico: Sahelanthropus tchadensis
Tamanho: 1,3 metros de alturaÉpoca: Era Cenozoica, período Paleógeno
Local onde viveu: África
De fato, os cientistas sabem que o homem não evoluiu do macaco, mas sim teria vindo de um ancestral em comum com os mesmos. E quem seria esse ancestral? O mais forte candidato, por possuir uma mistura clara das características comuns em hominídeos e comuns em antropoides como o gorila e o chimpanzé, é o Sahelantropo ou “Toumai”, como foi apelidado pelos seus pesquisadores. Apesar do crânio do espécime original estar “retorcido” pela erosão, os outros ossos achados da criatura (como parte da pélvis), detalhes da testa, da face e até a posição do forâmen magnum (“encaixe da espinha”) colocam-no como o possível ancestral comum de macacos antropóides e humanos, o “elo perdido” – que aliás, é muito anterior a famosa Lucy
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